terça-feira, março 16

ESTÁCIO - O BERÇO DO SAMBA

O bairro do Estácio de Sá é indiscutivelmente o berço do samba carioca. Centro da grande "malandragem" do principio do século, vizinha da Praça Onze e do Mangue (Zona), foi passagem de todos os grandes sambistas que, na época, surgiram no Rio - da Mangueira à Portela, passando pelos compositores e cantores do rádio que, em pleno desenrolar da "década de ouro do samba", lá iam garimpar a base de seu repertório, sambas maravilhosamente eternos. Francisco Alves e Mário Reis são exemplos.


O início resume-se nas destacadas figuras de Mano Edgar, Bucy Moreira, Alcebíades Barcelos (Bide), e seu irmão Rubens, Armando Marçal, Heitor dos Prazeres, Ismael Silva, Baiaco, Brancura e Juvenal Lopes ("Nonel do Estácio ou” Juju das Candongas “), que mais tarde se mandou para a Mangueira, onde chegou à presidência”.

Foi ali que surgiu a "Deixa Falar", considerada a Primeira Escola de Samba. Criada no dia 12 de agosto de 1928, a sede improvisada ficava no porão da casa número 27 da rua do Estácio, onde morava o fundador, Ismael Silva, líder dos sambistas do bairro. Como nas imediações funcionava uma Escola Normal, que formava professores para a rede escolar, Ismael Silva resolveu batizar seu grupo de Escola de Samba, já que formaria professores de samba. A Deixa Falar durou pouco tempo, desfilando na Praça Onze nos carnavais de 1929, 1930 e 1931, e nem chegou a participar do primeiro concurso das Escolas de Samba do Rio, organizado em 1932 pelo Jornal Mundo Sportivo, pois preferiu passar para a categoria de rancho carnavalesco. No entanto, foi uma referência para o surgimento das outras Escolas.

"A maioria era 'almofadinha' e não se misturava muito". Quem saía dentro da corda mesmo eram o baliza Gaguinho, a porta-estandarte Caboquinha, o Chico Macaú que encourava barricas de mate ou de vinho para a bateria reforçada do Bloco da Carestia, em cuja casa havia Umbanda, Congo e Caxambu e a gente que vinha dos trabalhadores do cais, operários, artesãos, gráficos e ambulantes aos quais se juntavam malandros, cafetões e boêmios em geral.

Entre as cabrochas: Tiana do Nabo, Anastácia do Nino, Celeste, Rosália, Odetinha, Agripina, Julieta, senhoras de respeito que faziam o coro de canto ou a fila de baianas. Entre os malandros batuqueiros, Bujú Velho, Gaguinho, Paulo Grande, o Chorro, Dadá Mulato, Alemãozinho, Neca Bonito e o maior malandro de todos os tempos do Estácio, Nino da Anastácia. Tinha ainda os mais esquecidos, os importantíssimos homens da corda como Jorge Burundú (da "Cada Ano Sai Melhor"), João Pimentão (da "Paraíso das Morenas"), e o Milú (da "Recreio de São Carlos"), gente que fazia questão de se expor, brigar, sofrer e carregar aquela estiva toda, ida e volta.

Após a "Deixa Falar" surgiram várias agremiações no bairro do Estácio como "Cada Ano Sai Melhor", "Sem Você Eu Vivo", "Vê Se Pode" que se transformou na "Recreio de São Carlos", "Paraíso do Grotão" e "Boi Azul". Em 27 de fevereiro de 1955 surgiu a "Unidos de São Carlos", criada a partir da fusão das escolas "Cada Ano Sai Melhor", "Paraíso das Morenas" e "Recreio de São Carlos". Em 1983, a "Unidos de São Carlos" passou a se chamar Estácio de Sá.

Mais hitória do samba??  Acesse: http://www.bercodosamba.com.br/historia.asp

2 comentários:

  1. Boa tarde, Celia, aqui quem escreve é o Serginho Corrêa, do site Berço do Samba. Muito obrigado pela referência do texto. Gostei do seu blog. Bem informativo com o que há de melhor. Parabéns!

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  2. Bom Dia!

    embora seja portelense, gostei
    bastante das curiosidades
    sobre estacio, adoniran, jamelão
    quando tiver um tempo apareça.
    kakakkaak.
    Abraço

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