domingo, março 14

DICAS DE PORTUGUÊS - SÉRGIO NOGUEIRA

A dúvida é: Ele não vai respeitar quem se opor ou opuser?
A resposta é: Ele não vai respeitar quem se opuser.

O verbo OPOR deve ser usado no futuro do subjuntivo, e não no infinitivo. Vejamos outros exemplos: verbo fazer – quem fizer; querer – quem quiser; trazer – quem trouxer; saber – quem souber; dizer – quem disser…

A dúvida é: Eles ainda não reaveram ou reouveram o dinheiro roubado?
A resposta é: Eles ainda não reouveram o dinheiro roubado.

Na hora de usar o verbo reaver, sempre surge esta dúvida: é “reaveram” ou “reaviram”? É a famosa dúvida do nada com coisa alguma. O verbo reaver significa “recuperar”, ou seja, é “haver de novo”. É, portanto, derivado do verbo haver. Deve seguir a conjugação do verbo haver. O pretérito perfeito do indicativo do verbo haver é: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes e houveram. Assim sendo, o verbo reaver fica: eu reouve, tu reouveste, ele reouve, nós reouvemos, vós reouvestes e eles reouveram.

 A dúvida é: Neste momento, viemos ou vimos informar-lhes as novas decisões da diretoria?
A resposta é: Neste momento, vimos informar-lhes as novas decisões da diretoria.

Neste momento significa “agora”. Devemos, portanto, usar o verbo vir no presente do indicativo, e não no pretérito perfeito. A forma viemos é do pretérito perfeito do indicativo: eu vim, tu vieste, ele veio, nós viemos, vós viestes e eles vieram. O presente do indicativo do verbo vir é: eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes e eles vêm.
A forma vimos pode ser presente do indicativo do verbo vir ou pretérito perfeito do verbo ver: “Vimos, por meio desta, comunicar-lhes as alterações ocorridas no nosso calendário” (vimos = presente indicativo do verbo vir); “Ontem nós vimos o jogo pela televisão” (vimos = pretérito perfeito do indicativo do verbo ver).

A dúvida é: Quando corro, eu soo ou suo muito?
A resposta é: Quando corro, eu suo muito.

Não podemos confundir os verbo suar com soar. Suar vem de suor, e soar vem de som. Se você corre muito e produz suor, você sua. Soar é produzir som. Se o corredor prender uma sineta na perna, aí soa. O verbo soar só necessita da terceira pessoa: a campainha soa, os sinos soam. O verbo suar, no presente do indicativo, fica: eu suo, tu suas, ele sua, nós suamos, vós suais, eles suam.

A dúvida é: É preciso que você reaveja ou recupere os seus documentos?
A resposta é: É preciso que você recupere os seus documentos.

O verbo reaver não deriva do verbo “ver”, como parece. Reaver é “haver de novo”. Deriva, portanto, do verbo haver. E deve, por isso, seguir o verbo haver. Acontece que o verbo reaver só “existe” nas formas em que o verbo haver apresenta a letra “v”: havemos – reavemos; havia – reavia; houve – reouve; haverá – reaverá; houver – reouver… No presente do indicativo, o verbo haver é: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis e eles hão. Assim sendo, o verbo reaver só tem as 1ª e 2ª pessoas do plural: nós reavemos e vós reaveis. Como o presente do subjuntivo é derivado da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, a forma “que eu reaveja” não existe. Portanto, temos duas soluções: 1a) trocar o verbo reaver por um sinônimo: “É preciso que você recupere os seus documentos”; 2a) usar uma expressão equivalente: “É preciso que você consiga reaver os seus documentos”.

Outro verbo que merece atenção é “precaver-se”. Parece derivado de “ver”, mas não é. Além disso, é um verbo defectivo, ou seja, apresenta falhas: nos tempos do presente, só tem a 1ª pessoa do plural (nós nos precavemos) e a 2ª pessoa do plural (vós vos precaveis) do presente do indicativo. As chamadas formas rizotônicas (=1ª, 2ª e 3. pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural) não existem. O presente do subjuntivo, por ser derivado da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, não apresenta pessoa alguma. Assim sendo, formas como “eu me precavejo” e “que ele se precavenha” simplesmente não existem. Somos obrigados a usar um verbo sinônimo ou expressão equivalente: “eu tomo cuidado”, “que ele se previna”…

A dúvida é: Só acreditarei se a galinha pôr ou puser os ovos?
A resposta é: Só acreditarei se a galinha puser os ovos.

Não devemos confundir o infinitivo (pôr) com a forma do futuro do subjuntivo (puser). As orações condicionais (iniciadas pela conjunção “se”) e temporais (iniciadas pela conjunção “quando”) pedem o verbo no futuro do subjuntivo: se eu puser, quando você fizer, se nós dissermos, quando ele for…
No caso do verbo pôr, é importante lembrar que a regra também se aplica aos derivados: depor, dispor, compor, repor, impor… Assim sendo, o correto é “quando ele depuser na CPI”, “se eu dispuser de tempo”, “quando eles compuserem o samba”, “quando ele repuser o dinheiro”, “se o zagueiro não se impuser em campo”…

A dúvida é: Ainda que o caso não é ou seja de emergência, é preciso agir rapidamente?
A resposta é: Ainda que o caso não seja de emergência, é preciso agir rapidamente.

A conjunção concessiva “ainda que” pede o verbo no subjuntivo: “ainda que seja, tenha, faça, diga, vá, venha…” É importante lembrar que o modo subjuntivo indica “suposição, hipótese, desejo…”, e o modo indicativo deve ser usado para o real: “Ele é, tem, faz, diz, vai, vem…”

Fonte:http://colunas.g1.com.br/portugues/2010/03/10/duvidas-dos-leitores-15/

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