sexta-feira, março 25

Habilidade para Viver


 


Somos hábeis para mudar a rota das nossas vidas, quantas vezes quisermos.
Mas, somos muito mais capazes, de permanecermos fies aos nossos sonhos e ideais: basta fazer deles, uma opção de vida.

Célia Regina Carvalho

domingo, março 13

Conviver com a Verdade



C
onviver na prática da verdade é a mais acertada das escolhas para quem quer garantir um futuro sem colheitas indesejadas, seja aqui ou em outra vida.
A convivência com a verdade pode até não ser a mais fácil em determinadas situações, mas, será sempre a melhor durante a eternidade que nossas vidas durarem.
Particularmente, eu, já me vi em situações difíceis demais e, confesso, passou em minha cabeça a vontade de, ou me omitir ou produzir uma mentira. Mas, devo muito à formação doméstica que recebi dos meus pais e irmãs mais velhas que me norteia para a seguinte certeza: “Um dia, cedo ou tarde, seremos confrontados pela verdade”. Decidi, portanto, optar por ser autêntica, mesmo quando  me sinto tão maltratada, até o ponto de ver meu coração sangrar e isso, não foi uma vez apenas.
Em diferentes momentos da minha vida, situações contrárias à minha vontade me fizeram abrir mão de algo que desejei muito para que a mentira não se estabelecesse na minha história. Percebo isso em muitas pessoas, a estabilidade completa da mentira. Inacreditável, como convivem com a mentira sem se darem conta da importância que a verdade tem.
Desse modo, passo a entender que, embora  determinadas situações que presencio me tragam  profunda irritação,  não me levarão jamais à descrença nas pessoas, ao contrário, fortalece a minha fé na verdade. Creio, a verdade é capaz de nos libertar de muitas cadeias.
Cadeias além do físico são as piores e aquelas que impõem a falta de fé na vida e a carência de crença na felicidade, do meu ponto de vista, são as mais difíceis de transpor. A partir delas, veremos dissabores emocionais, familiares e sociais nos mais dessemelhantes tipos e rostos, impondo assim a igualdade entre as diferentes raças e esferas sociais, pois quando se trata da verdade ou da mentira, não importa, a conseqüência é uma só, está  apenas no tamanho dos resultados.
Pearl Mae Bailey (1918 – 1990), atriz e cantora americana, viveu no auge da fama em 1941 durante a 2ª Guerra Mundial, em meio às dificuldades peculiares à época, dizia: "Só encontramos a nós mesmos depois de encarar a verdade”.  Para Pearl Bailey, não existia situação capaz de preterir a verdade. Se considerarmos a afirmação verdadeira, teremos aqui, a explicação para tantos desencontros.
Finalizando...
Muito embora, para Bertrand Russel, “A maior parte das pessoas prefere morrer a pensar; na verdade...”, eu a nomeio, como sendo a bússola que norteará a minha vida e a minha história, aqui, ali e acolá e, que Deus me ajude a sobreviver em meio a tantas mentiras!
                                                                                                       
Crônica: Célia Regina Carvalho
                                 

segunda-feira, março 7

Mulher – Mulheres



Neste dia, 08 de março, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para, reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio e, cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá, o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma no resto do mundo.
Levem-se em consideração os anos que se passaram desde que foi decidida a comemoração do Dia Internacional da Mulher para darmos suspiros tediosos, ao percebermos o quanto ainda nos falta para conquistarmos o respeito devido ao papel que a mulher desempenha na sociedade. Seja como mãe, companheira, estudante universitária a ocupar a maioria das vagas ou, como profissionais em diversificados meios e setores.
Lamentamos, porém, que nos dias atuais, mesmo com muitas mulheres ocupando espaços, antes só permitido aos homens, sofremos fortes e severas discriminações.
Para muitas pessoas equivocadas, incluindo ai, algumas mulheres, o sucesso profissional do sexo feminino é sinônimo de envolvimento com chefes ou superiores, quando não, atribui-se logo, a algum tipo de falcatrua. Inacreditável!
O pior é que somos discriminadas por nós mesmas. Se, não bastassem alguns homens que tentam a todo custo tirar o nosso mérito, ainda encontramos àquelas que, simplesmente não querem dedicar esforço algum às suas lutas e sonhos pessoais e, passam então, a atribuir o seu fracasso ao sucesso de quem está mais próximo.
Felizmente, muitas mulheres conseguiram se estabelecer, ignorando o retrógrado pensamento machista impregnado em pessoas dos dois sexos de que, a mulher não tem competência para assumir determinados espaços.
Vale, portanto, aqui lembrar que, á despeito da resistência de muitos, mulheres em várias partes do mundo vêm alcançando seus sonhos e galgando posições mais elevadas. E, aqui, ressaltamos, não existe nenhum tipo de competitividade com o sexo masculino, o que existe de fato, é a vontade atrelada à coragem de vencer custe o custar. Levando-se em consideração que a maioria de nós, é responsável pelo sustento direto das nossas famílias.
Mulheres fortes, amáveis, corajosas, guerreiras e além de tudo, éticas e profissionais, merecem sim, receber todos os festejos possíveis e impossíveis no Dia Internacional da Mulher e, em muitos outros dias de suas vidas.

Salvem-se as frágeis mulheres fortes desses “brasis”!


Crônica: Célia Regina Carvalho

domingo, março 6

Tirando as máscaras



Declaramos sempre que a vida é tão curta e por que, vivemos a prolongar dores e sofrimento?
Por que custamos tanto para aprender, que a nossa felicidade deverá ser priorizada, sempre?
Por que será que, quanto mais sofremos, mais nos apegamos às causas do nosso sofrimento?
Diariamente, ouvimos a imprensa divulgar notícias horrendas que envolvem famílias inteiras nas mais distintas e cruéis adversidades.
Porém, quando se busca o aprofundamento dos fatos, a fim de compreender os porquês, deparamo-nos com as mais insatisfatórias das respostas.
Mulheres são assassinadas por seus companheiros, porque não deram um basta ao sofrimento de conviverem com sujeitos violentos. Na maioria dos casos de violência praticados contra mulheres, o agressor é reincidente. Esse é um dos piores fatos, do meu ponto de vista.
Às vezes chego a indignar-me com a condição de impotência que algumas mulheres se colocam diante de determinadas imposições, a violência doméstica é uma delas.
Amores perdidos, sonhos destruídos, lares desfeitos, filhos e filhas traumatizados, gerações inteiras comprometidas e o que vemos são máscaras e maquiagens acobertando verdadeiros celeiros de violência.
Meninos e meninas que buscam nas mais diversas faces da violência, uma maneira de vingarem-se por seus infortúnios familiares.
Na busca de resolverem seus traumas pelo viés da violência, usam drogas, prostituição, gravidez indesejada, evasão escolar, vandalismos, agressões e até assassinatos. Aquela situação que algum omisso social classificava de briga de marido e mulher, por isso, não deveria “meter sua colher”, agora, virou problema dos governos.
Esquinas recheadas de garotas e garotos de programas, orfanatos e creches lotados de recém-nascidos. A justiça liberando adolescentes criminosos porque as cadeias públicas brasileiras não têm nenhuma capacidade para recebê-los e, agora, todos os defensores dos direitos humanos buscam um responsável, é mais fácil culpar o estado.
Óbvio que o estado tem também a sua parcela de culpa, por não assumir a sua responsabilidade, por exemplo, abrindo Juizados Especiais para Mulheres Vitimas da Violência Doméstica. Em alguns municípios brasileiros temos Delegacias de Apoio à Mulher, mas faltam juizados especiais. Essa culpa podemos atribuir ao estado!
Contudo, há que se lembrar das nossas responsabilidades pessoais enquanto mulheres, mães, homens e pais e, do quanto poderemos contribuir com o equilíbrio da sociedade, quando cumprirmos os nossos papéis, inclusive o de garantirmos a nossa paz, tranqüilidade e acima de tudo, a nossa felicidade.
Com propriedade posso afirmar que, decidir-se por uma atitude que mude totalmente os rumos da sua vida não é fácil, todavia, também com a autoridade que me foi concedida por meio de experiência pessoal (e, intransferível) vivida, é absolutamente possível reverter qualquer quadro de aprisionamento circunstancial.
Posso afirmar que é muito mais fácil sair das garras da violência, do que permanecer apegado a ela. Não somente pela mazelas do presente, mas, sobretudo pelas consequências futuras.
Vale à pena preferir o desprezo ao orgulho e assumir que precisa mudar de direção, a preterir a sua felicidade e da sua família e “de quebra” contribuir com a desestabilização da sociedade em diversos setores.
Tire a máscara que acoberta a Violência contra Mulheres. Pense nisso!

Crônica: Célia Regina Carvalho

sábado, março 5

A vida é mesmo assim




A vida é mesmo assim, cheia de novidades. Ora agradáveis, ora desagradabilíssimas.
Coisas que você jamais imaginou querer ou fazer na vida passam a ser prioridades.
Quer sejam questões simples ou complexas, vez por outra, nos flagramos fazendo exatamente aquilo que condenamos nas outras pessoas a vida inteira.
Essas novidades chegam de maneira tão sutil, que quando menos percebemos, já estamos encurralados. Tipos de roupas e sapatos, amizades, trabalho, relacionamentos amorosos, relações políticos sociais, enfim, a verdade é que somos capazes de nos surpreender naquilo que jamais imaginávamos.
Isso, não serve apenas para questões banais, serve também para assuntos importantes, incluindo, relacionamentos amorosos.
Quando casada com o pai dos meus filhos e filhas, entendia  amá-lo tanto que jamais, nem a “vaca tossindo” eu seria capaz de me apaixonar outra vez. Não tratava da minha capacidade de amar, mas, de certo, da intimidade que existia entre nós, ou simplesmente em conseqüência da minha pouca idade (26 anos), eu não sabia ainda, do quanto somos capazes de nos reinventarmos.
A verdade é que aquela menina-mulher que tinha o entendimento que homem só um, que casamento duraria até o fim dos meus dias, passou a entender que uma só é a vida. Depois dessa, desconheço o que virá, portanto, preciso mesmo é respeitar meus limites nessa existência. Cada um deles.
Preciso perceber quando não mais suportar a dor e, quando a tristeza não couber  mais em meu peito. Tenho de intuir quando uma determinada tarefa chega ao fim,  quer seja na vida profissional ou amorosa.
Relações amorosas não podem ser comparadas a concursos públicos. Ninguém pode pretender um cargo vitalício na vida de outrem sem que o outro o convide, permita e aceite de bom grado.
Não tive muitos relacionamentos, na verdade foram poucos, mas, suficientes para me fazerem entender determinadas verdades, para mim, absolutamente aceitáveis.
Estou a viver no momento, o melhor de todos os meus relacionamentos amorosos. Não me recordo se já fui feliz assim, até mesmo em outra vida, porém, a maturidade me dá a clareza de que posso ampliar a capacidade de amar o quanto queira. Não importa se hoje ou daqui a mais 50 anos, sei que a vida me dará sempre a oportunidade de ser feliz, mesmo que para isso tenha de quebrar paradigmas, restabelecer conceitos, inventar novos amores  e até me vestir de Chacrinha e dançar o rebolletion. 
De uma coisa estou certa, estarei sempre de malas prontas para as novidades todas que a vida quiser me apresentar. 
É que...
"Para viver o que vale mesmo é ser feliz, o resto a gente inventa".

Categoria: Crônica
Autor (a): Célia Regina Carvalho