segunda-feira, julho 11

Perdas nos ensinam



Foi à repentina ausência física do meu pai que me fez compreender: “Perder bens matérias nos ensina que sempre haverá tempo para reconstruirmos. Perder pessoas amadas nos ensina que todo tempo que temos para construir e para amar é o tempo chamado hoje”.

Eu já havia aprendido sobre perder bens materiais, foi uma dura lição, mas, que me trouxe um aprendizado imensurável. Não saberei jamais medir o quanto valeu aprender que poderei sempre superar as minhas limitações, sejam elas quais forem. Foi impreterível para a construção de toda história da minha vida.

Anos depois, recentemente, quando tive de aprender a conviver com a ausência física do meu querido pai, a vida me ensinou, por mais que eu tenha feito ao seu lado e verbalizado por ele o meu amor, teria sido pouco, se comparado à dor que sinto por sua falta.

Ontem mais uma vez, com a notícia da passagem de Clark, um amigo dos mais recentes, senti  o quanto é curto o tempo para amar e construir com pessoas, ao tempo que percebi, por mais curto que seja o nosso tempo nessa vida, o dia de hoje deverá ser dedicado à construção do que queremos ser.
Essa construção não será em absoluto o que gira em torno de nossos interesses pessoais, mas, sobretudo, o que nos leva a contribuir com a evolução da humanidade em esferas diversas.
Em tão pouco tempo de convivência com Clark pude aprender que levar a vida a serio, mas, sem, contudo, desprezar o sorriso no olhar é uma das mais valiosas contribuições que posso ofertar à humanidade.

Sobre a contribuição de Clark para o meu crescimento, mesmo a considerar o curto período de convivência, posso afirmar, em se tratando de tempo, foi curto o prazo em que pudemos trabalhar juntos, não obstante, o que pude aprender sobre o seu compromisso com a vida e com seu trabalho ficará para o longo prazo que durar a minha vida.

Concluo deste modo, “bens materiais perdem com o tempo o seu valor, mesmo aqueles considerados históricos, enquanto que pessoas têm seus valores perpetuados”.

Eternizados, portanto, sejam entre nós os valores do amigo Clark!


Célia Regina Carvalho