domingo, maio 9

Marcas Indeléveis

Em nome da minha história de lutas e determinações
Ouço com freqüência, pessoas me qualificarem para a lista das “mulheres corajosas”
É certo, não é debalde a afirmação, pois, em diferentes momentos da minha vida
Precisei de uma dose maior de força e bravura
Também pudera...
Dizem que há males que vêm para o bem
Hoje, não vejo mais como algo que possa me fazer mal
Mas, quando ainda com 11anos de idade , era desperta todas as noites
Por uma insônia pertinaz
Cheguei a reclamar muito por não ter sono como as demais pessoas





Insônias&Leituras


"O fato era que, naquelas intermináveis noites                                
Uma fome de leitura tomava conta de mim
Vontade de dormir, eu não sentia...
Abraçava-me à leitura
Ler, depois ler e depois ler outra vez
Era para mim, uma diversão...
A isso, posso atribuir grande parte das minhas referências pessoais"...






Dona Maria, minha mãe

Porem, antes de entrar para o mérito da obsessão pela leitura
Preciso falar do quanto a minha mãe influenciou todos os meus passos
Naquelas noites, enquanto eu me revirava na cama em busca de sono
Minha mãe passeava pela casa a visitar cada um dos nove filhos
Após suas visitas aos quartos e camas
Na sala de estar, minha mãe levava ao chão seus joelhos
Hoje, calejados e, a Deus levava suas inquietações maternas
Em cada conversa com o Senhor do Universo,
Falava para Deus do seu amor por mim e por meus irmãos e irmãs.
Minha Mãe: marca indelével!


Corrie ten Boom
Voltando às insones noites acompanhadas de muita leitura              
Trago à lembrança, outra mulher que também marcou a minha vida
Refiro-me a Cornelia Johanna Arnolda ten Boom, conhecida como Corrie ten Boom
Nascida em 15 de abril de 1892, Corrie tem Boom viveu até o dia 15 de abril de 1983
Foi uma escritora e resistente holandesa que ajudou a salvar a vida de muitos judeus ao escondê-los dos nazistas durante a II Guerra Mundial.
Ten Boom registrou sua autobiografia no livro O Refúgio Secreto
Que, posteriormente foi adaptado para o cinema em um filme com o mesmo nome.
Li, o seu livro e passei a imaginar como eu agiria se me encontrasse em situação semelhante
Em 1940, os nazistas invadiram a Holanda e, em 1942, Corrie e sua família tornaram-se ativos na resistência holandesa, escondendo refugiados em sua casa, na rua Barteljorisstraat 19, em Harlem, Holanda. Dessa forma, eles viriam livrar muito judeus da morte certa nas mãos da SS nazista.
Depois de muito lutar, em 1977, ten Boom, aos 85 anos, mudou-se para Orange (Califórnia). Sucessivos ataques em 1978 reduziram sua capacidade de comunicação e deixaram-na inválida. Em 15 de abril de 1983, no dia do seu 91 aniversário, ela veio a falecer (saiba mais: http://www.bibliotecagospel.net/2009/11/corrie-ten-boom.html)
Corrie tem Boom marcou para sempre a minha existência.

Olga Benário Prestes



Anos depois, conheci a história de Olga Benário                         
Não bastasse a sua inteligência e beleza
Olga Benário bravamente resistiu ao Campo de Concentração
À tortura física, à humilhação,
A separação do grande amor da sua vida, Carlos Prestes
Sobretudo, a violência com que a separaram de sua filha
Todavia, o que mais me comove na história de coragem e audácia de Olga
Está na sensibilidade feminina delineada em suas doces, mas, fortes palavras na carta endereçada à sua filha Anita Garibaldi e Prestes:





“Queridos:
Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida (...).
É totalmente impossível para eu imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos (...).
Antes de tudo, vou fazer-te forte (...).
Querida Anita, Meu querido marido, meu garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível (...).  De ti aprendi querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas (...).  Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue (...). Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos pela última vez.
Olga.”

Finalmente...

Acima, estão alguns dos trechos da carta de Olga que mais amoleceram meu coração
E, diante às histórias de mulheres como a minha mãe, dona Maria (em vida)
De Corrie tem Bom e  de Olga Benário Prestes...
Resta-me um reconhecimento:
“Sou nesse momento da minha existência
Apenas o reflexo do que foram
E do que contribuíram cada uma dessas
E de tantas outras mulheres...
Que doaram suas vidas diretamente
Para o engrandecimento da humanidade
Especialmente, para o encorajamento de mulheres
Que não baixam a cabeça nunca,
E, que á despeito do que tiverem à sua frente
Estarão aptas á lutar
Cada uma, ao seu modo”
Mas, lutando sempre!

Célia Regina Carvalho
Lugar:" ...à sombra do Altíssimo, é onde me abrigo".
Quando: "Ontem, hoje e sempre"!


Fotos: Divulgação



2 comentários:

  1. Cara Amiga...

    Que belas palavras... És uma mãe(pai) modelo, eu que o diga!
    Admiro-te muito e te tenho muita estima.
    Paoucas são as mulheres de teu "quilate". Todos os qualificativos não conteplam a descrição do que és.

    Te estimo muito, minha irmã... companheira... "amor platônico"

    Beijos

    Bento

    ResponderExcluir

Obrigada por sua visita.