segunda-feira, fevereiro 22

Do lado de cá, no Sertão

Do lado de cá do Brasil
Do lado de cá no Sertão
Tem um Rio
Nome de Santo: São Francisco.
É quem acalma as inquietudes sertanejas do coração!

Por aqui onde ele passa, a tristeza disfarça.
Mata a sede.
Mata a fome.
Empreenha a esperança
E tira do peito a solidão

Do lado de cá, no Sertão
Não se vive sozinho
Tem um povo ribeirino
De coração grande
E com fé de menininho
Que lhe abriga sem custos
Que  lhe ama sem sustos
E lhe abraça com carinho

Do lado de cá, do Brasil
Do lado de cá, no Sertão
Deus não mandou chuva todo dia, não
Mas, mandou um rio
Que desce devarinho
E, leva consigo as tristezas do povo ribeirinho

Por aqui
Não se passa fome, não senhor
Por aqui, passa as vezes o horror
De ver tanta água de um lado
E,ver  tanta seca de um outro

Por aqui, senhor
A gente sente saudade
Do tempo que tinha mais peixe
Do tempo que tinha mais plantação
Do tempo que água limpa se via
Sem precisar ligar a televisão

Por aqui, se percebe: fé, valentia...
E, as vezes até latomia
O que não se vê por aqui, senhor
É falta de alegria!

Autor (a): Célia Regina Carvalho (ao meu amigo Bento Salviano)
Juazeiro (do lado de cá, no Sertão), BAHIA (do lado de cá, no Brasil), 22, fevereiro, 2010.

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