domingo, março 6

Tirando as máscaras



Declaramos sempre que a vida é tão curta e por que, vivemos a prolongar dores e sofrimento?
Por que custamos tanto para aprender, que a nossa felicidade deverá ser priorizada, sempre?
Por que será que, quanto mais sofremos, mais nos apegamos às causas do nosso sofrimento?
Diariamente, ouvimos a imprensa divulgar notícias horrendas que envolvem famílias inteiras nas mais distintas e cruéis adversidades.
Porém, quando se busca o aprofundamento dos fatos, a fim de compreender os porquês, deparamo-nos com as mais insatisfatórias das respostas.
Mulheres são assassinadas por seus companheiros, porque não deram um basta ao sofrimento de conviverem com sujeitos violentos. Na maioria dos casos de violência praticados contra mulheres, o agressor é reincidente. Esse é um dos piores fatos, do meu ponto de vista.
Às vezes chego a indignar-me com a condição de impotência que algumas mulheres se colocam diante de determinadas imposições, a violência doméstica é uma delas.
Amores perdidos, sonhos destruídos, lares desfeitos, filhos e filhas traumatizados, gerações inteiras comprometidas e o que vemos são máscaras e maquiagens acobertando verdadeiros celeiros de violência.
Meninos e meninas que buscam nas mais diversas faces da violência, uma maneira de vingarem-se por seus infortúnios familiares.
Na busca de resolverem seus traumas pelo viés da violência, usam drogas, prostituição, gravidez indesejada, evasão escolar, vandalismos, agressões e até assassinatos. Aquela situação que algum omisso social classificava de briga de marido e mulher, por isso, não deveria “meter sua colher”, agora, virou problema dos governos.
Esquinas recheadas de garotas e garotos de programas, orfanatos e creches lotados de recém-nascidos. A justiça liberando adolescentes criminosos porque as cadeias públicas brasileiras não têm nenhuma capacidade para recebê-los e, agora, todos os defensores dos direitos humanos buscam um responsável, é mais fácil culpar o estado.
Óbvio que o estado tem também a sua parcela de culpa, por não assumir a sua responsabilidade, por exemplo, abrindo Juizados Especiais para Mulheres Vitimas da Violência Doméstica. Em alguns municípios brasileiros temos Delegacias de Apoio à Mulher, mas faltam juizados especiais. Essa culpa podemos atribuir ao estado!
Contudo, há que se lembrar das nossas responsabilidades pessoais enquanto mulheres, mães, homens e pais e, do quanto poderemos contribuir com o equilíbrio da sociedade, quando cumprirmos os nossos papéis, inclusive o de garantirmos a nossa paz, tranqüilidade e acima de tudo, a nossa felicidade.
Com propriedade posso afirmar que, decidir-se por uma atitude que mude totalmente os rumos da sua vida não é fácil, todavia, também com a autoridade que me foi concedida por meio de experiência pessoal (e, intransferível) vivida, é absolutamente possível reverter qualquer quadro de aprisionamento circunstancial.
Posso afirmar que é muito mais fácil sair das garras da violência, do que permanecer apegado a ela. Não somente pela mazelas do presente, mas, sobretudo pelas consequências futuras.
Vale à pena preferir o desprezo ao orgulho e assumir que precisa mudar de direção, a preterir a sua felicidade e da sua família e “de quebra” contribuir com a desestabilização da sociedade em diversos setores.
Tire a máscara que acoberta a Violência contra Mulheres. Pense nisso!

Crônica: Célia Regina Carvalho

Um comentário:

  1. Muito bom seu Blog, podemos fazer uma parceria.
    Veja o meu: www.alemaysolucoes.com

    ResponderExcluir

Obrigada por sua visita.