Soneto à Lua (Rio de Janeiro)
Por que tens, por que
tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
O soneto é uma
composição poética constituída por 14 versos, distribuídos, segundo o modelo
petrarquiano (também chamado "soneto italiano"), em 2 quadras e 2
tercetos, as primeiras apresentando duas ordens de rimas e estes últimos duas
ou três ordens. O esquema rimático mais freqüente é:
a b b a / a b b a / c d c / c d c
a b b a / a b b a / c d c / c d c
Tudo leva a crer que
o soneto foi criado no século XIII, pelas mãos do poeta siciliano Giacomo de
Lentino, em Palermo.
O primeiro grande
nome ligado ao soneto é o de Dante, devendo-se a outro mestre da poesia,
Petrarca, a consolidação e a difusão do modelo.
Em Portugal, o soneto
teve como seu primeiro cultor o poeta Sá de Miranda. Camões dedicou-se
amplamente ao soneto, alcançando com ele alguns dos mais altos momentos da
literatura universal de todos os tempos.
No Brasil
seiscentista, Gregório de Matos empregou o soneto tanto para a lírica sacra e
amorosa quanto para a satírica. Adiante, Cláudio Manuel da Costa firmou-se como
sonetista de grande valor, ajudando a fortalecer uma tradição que daria nomes
como Olavo Bilac e Cruz e Sousa, entre outros.
Num primeiro momento,
os modernistas se voltaram contra o soneto, atitude inserida num amplo programa
de ruptura com a "fôrma" das formas fixas e dos padrões poéticos
tradicionais. No entanto, depois de instalado o verso livre e conquistadas
tantas outras liberdades nos níveis da estruturação e do conteúdo, poetas como
Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade retornaram ao soneto.
Vinicius de Moraes
consolidou-se como grande sonetista da moderna literatura brasileira e ajudou a
popularizar a forma.
O soneto também pode
ser estruturado em três quartetos e um dístico, sendo chamado então
"soneto inglês".
Fonte: http://viniciusdemoraes.com.br/
Nossa Amiga Obrigado por dividir esta fantástica matéria!
ResponderExcluirAbraços!
Oi, professor Renato! Eu é que agradeço sua companhia. Amo poesias, crônicas, versos, prosas, sonetos e amo mais ainda o Vinicus de Moraes. Sou mesmo assim, compartilho com amigos o que tenho de melhor... Outro abraço!
ResponderExcluirQue bom vc socializar tal conhecimentos! Adorei aprender sobre sonetos!
ResponderExcluirbjs companheira de inspiração! :)
Que Nesse natal, possamos rever o nosso passado para melhorar o nosso futuro. Que Deus nos abençoe e brilhe com sua luz perante você, abrindo o caminho até Ele!
ResponderExcluirSão os votos de J Araújo
Oi, Yohana! Não precisa agradecer... Vinicius é bom demais da conta. Tem de ser socializado... rsrs
ResponderExcluirUm bju
Oi, Araujo! Deus iluminará, certamente, a todos nós os que cremos na sua luz! Um abraço
ResponderExcluirCélia, passei para te desejar um Feliz Ano; e dizer que pretendo contar com sua participação em meus espaços em 2011!
ResponderExcluirBjs
Excelente!
ResponderExcluirÓtima postagem...
Abraços